NIESC
O NIESC, protocolado no Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) destina-se a dar suporte aos investimentos educacionais e de formação profissional; na importância dos saberes das comunidades tradicionais para a construção de uma educação pública e popular com qualidade social (PROETNO); na formação com abordagens inter-transdisciplinares em relação aos temas Educação, Saúde, Sexualidade e realidades étnico-culturais; e oferecendo cursos de formação presencial e a distancia, exposições e oficinas para estudantes do ensino médio
O NIESC tem por objetivos:
- Estimular o debate acadêmico-científico de questões contemporâneas, trazendo à cena os conhecimentos silenciados e desqualificados das pessoas comuns, os saberes e conhecimentos das comunidades tradicionais em seu estatuto tomado como não-ciência;
- Criar possibilidades de compreensão das redes de conhecimentos que evidenciam os entrelaçamentos entre os saberes científicos e populares, promovendo estudos e pesquisas, ensino que favoreçam as condições educativas para a melhoria da qualidade de vida e de trabalho de nossas populações;
- Elaborar teses para o aprofundamento de estudos sobre a escolarização de crianças e adolescentes e a formação docente, centrando-os em questões históricas particulares: a sexualidade, as relações de gênero como construções sociais relacionadas ao poder e à regulação, com vistas à promoção da saúde e da qualidade social da educação das massas populares no Brasil e Portugal;
- Evidenciar a importância do etnoconhecimento e das vivências/experiências culturais, locais e particulares em um mundo globalizado, como pressupostos para a mediação nos processo ensino-aprendizagem, recordando Paulo Freire ao afirmar que ninguém ensina ninguém, aprendemos em comunhão;
- Destacar a importância dos trabalhos de pesquisas e ações interventivas em Saúde e Educação sob o ponto de vista da Educação pelos Pares (Peer Education) como campos avançados de pesquisa e ensino e que nos permite, em espaços formais e não-formais, atingir um grande grupo através da difusão de objetivos, informações, atitudes e compartilhamentos solidários de conhecimentos.
- Fortalecer o etnoconhecimento, entendido como o conjunto de saberes desqualificados das pessoas comuns e das comunidades tradicionais, assumindo-o como fonte de conhecimento e re-conhecimento de outras formas e lógicas de saberes e aprendizagens, importantes ao desenvolvimento social das sociedades humanas atuais, díspares, violentas e falsamente democráticas;
- Contribuir para o aprofundamento do conhecimento histórico cultural produzido pelas comunidades quilombolas, indígenas e luso-brasileiras.
- Produzir materiais educativos capazes de diminuir o fosso existente entre a maioria das populações e aquelas mais favorecidas quanto às possibilidades de trabalho e estudos, bem como ampliar suas capacidades de auto-estima e de recuperação de sua cidadania e identidade nos diferentes espaços públicos (capacitar para a economia solidária e cooperativismo, resgatar as artes e a história dessas populações e seus saberes ancestrais, etc.);
- Planejar, implementar e executar ações de ensino e pesquisa, junto aos futuros docentes e professores em formação continuada, visando à construção de uma outra narrativa curricular;
- Criar redes educativas com apoio da metodologia dos pares para questões relativas à auto-estima, ao autoconhecimento étnico-cultural-sexual como política afirmativa de re-inserção social daqueles em processos de investimentos sócio-educativos e de pessoas privadas da liberdade;
- Reconhecer a importância premente da educação diferenciada em suas diferentes formas de atuação (de gênero, étnica, portadores de necessidades especiais, comunidades tradicionais, sócio-educativas, pessoas encarceradas, entre outras);
- Aprofundar a discussão teórico-prática sobre a economia solidária e a organização possível das comunidades tradicionais de modo que melhor comercializem seus produtos de artesanato cultural, investindo nas marcas e signos culturais específicos e que, com base nesse trabalho, sejam capazes de superar sua pobreza estrutural;
- Estimular a criação de um fórum permanente de discussões sob o controle e patrocínio das comunidades envolvidas.